A morte do SEO (Search Engine Optimization ou otimização dos motores de busca, em português) como é conhecido atualmente foi anunciada inúmeras vezes. Basta o Google anunciar a atualização de seu algoritmo de busca para que posts e artigos sobre o fim do SEO surjam.
Mas não é bem assim.
Enquanto motores de busca existirem, as estratégias de SEO continuam sendo fundamentais para o rankeamento de uma página nas primeiras posições da SERP (Search Engine Result Page ou página de resultados dos mecanismos de pesquisa). No entanto, cada vez mais o algoritmo de busca do Google privilegia a experiência do usuário (UX, User Experience) e é a isso que o SEO tem que se adequar.
Antes de tudo, é importante compreender que a experiência do usuário se relaciona a dois fatores principais: conteúdo de qualidade, que responda às dores do usuário, e interface do site, que ofereça boa navegação e facilidade de encontrar as informações.
O que é SEO e como funciona o rankeamento do Google
O que é SEO
Em termos gerais, entende-se SEO como o conjunto de estratégias que têm foco na otimização de uma página para o rankeamento no Google. Isso é, trata-se de uma série de práticas que visa colocar o seu site na primeira página do buscador mais utilizado no mundo, trazendo mais acessos orgânicos (não-pagos) às suas páginas. As estratégias de SEO envolvem processos de otimização que atingem desde a estrutura HTML de um site até o seu conteúdo, incluindo texto, imagens, vídeos etc.
Como funciona o rankeamento do Google
A missão do Google é organizar todo o conteúdo existente na internet. Por isso, ele possui crawlers (os "robozinhos") que vasculham o código das páginas para compreender seu conteúdo e indexá-las em seus servidores.
Basicamente, o Google funciona como uma biblioteca. Quando um usuário faz uma pesquisa, o buscador realiza uma série de testes lógicos e cálculos, analisando diversos fatores nos sites indexados em sua base para, assim, encontrar o melhor resultado para o usuário.
Para fazer isso, ele leva em conta o tema da página, seu título, subtítulos e outras marcações no código html, que servem para delimitar o conteúdo daquela página. Após essa análise, os conteúdos que ele considera mais pertinente à pesquisa estarão nos primeiros resultados.
Qual a relação entre SEO e experiência do usuário?
Com o Fred, última atualização do algoritmo do Google que aconteceu em março de 2017, o Google passou a penalizar sites com conteúdo sem qualidade e que obtêm acessos visando apenas conseguir lucro através de cliques em banners da rede de display.
A penúltima atualização do Google, Penguin, de setembro de 2016, serviu para o buscador passar a penalizar sites que compram links externos (fator importante para o rankeamento) ou os obtêm de outra maneira que não é natural.
O Fred e o Penguin, juntamente com as atualizações anteriores do algoritmo, têm a inteligência necessária para passar a identificar e punir sites que usam estratégias blackhat de SEO. Essas estratégias caracterizam-se pela otimização de páginas para motores de busca que concentram-se especificamente em convencer os crawlers do Google de que a página tem um conteúdo relevante, que merece destaque na página de resultados.
Um exemplo de técnica de SEO blackhat é esconder visualmente um bloco de textos em um site, com o intuito de colocar palavras-chave apenas para melhorar a indexação nos resultados de busca.
Com as últimas atualizações do algoritmo do Google, essas estratégias deixaram de funcionar e passaram a ser penalizados pelo buscador, que diminui a avaliação de sites que se valem dessas técnicas.
As estratégias de blackhat são punidas pelo Google por um único motivo: elas não se concentram no usuário. Para o Google, o bom conteúdo é aquele que responde às dúvidas que levaram o usuário a realizar uma pesquisa no buscador.
Outro exemplo que comprova o quanto o Google tem se concentrado em entregar a melhor experiência possível está no fato de que, atualmente, sites que não são responsivos também são penalizados. Mais do que isso, sites que utilizam a estratégia mobile-first têm posições melhores nas buscas.
Isso acontece porque, com a crescente adoção de dispositivos mobile, as pessoas têm consumido cada vez mais conteúdo via smartphones ou tablets. Por isso, o Google valoriza sites que têm uma boa experiência mobile, isso é, cujo conteúdo e navegação sejam otimizados para telas menores.
Conteúdo de qualidade é voltado para a experiência do usuário
Antes de pensar em title tags, links externos e internos, número de caracteres etc, é preciso pensar no usuário. Quem estou tentando atingir? Quais são suas dores? O que ele quer saber? Como disponibilizar o conteúdo de uma maneira que o usuário possa acessá-lo com facilidade? A produção de conteúdo de qualidade começa nessas perguntas. São elas que orientam a pesquisa de palavra-chaves e todas as outras características do seu conteúdo.
O foco no comportamento do usuário transforma a forma de pensar conteúdos. Agora, eles devem ser criados pensando unicamente no usuário e seus anseios. Nesse contexto, a semântica deixa de ser um artifício que apenas melhora o rankeamento do Google, para ser uma maneira de organizar o conteúdo para melhorar a experiência do usuário.
Dividir o texto em títulos, subtítulos, colocar destaques onde é necessário e itálicos em estrangeirismos, por exemplo, também é uma maneira de conferir significado e relevância para seu conteúdo e, consequentemente, oferecer uma boa experiência ao usuário. Essas técnicas permitem que as pessoas consigam encontrar com rapidez as informações das quais precisam e entender o texto com facilidade.
Criar conteúdo de qualidade, além de ser fundamental para melhorar o posicionamento nos resultados de busca, ainda melhora a relevância do seu site. Bom conteúdo conquista o público, cria compartilhamentos orgânicos e gera links externos direcionados a seu site de maneira natural. Afinal, pessoas compartilham coisas que as ajudam, que são interessantes e/ou que trazem um novo ponto de vista sobre uma questão.
O que fazer para rankear nesse contexto
O que o Google não quer é conteúdo criado exclusivamente para rankeamento. Por isso, a compra de links externos, o uso de palavras-chave de maneira excessiva e voltado apenas para quantidade e outras técnicas blackhat de SEO têm sido punidas por ele.
Por isso, quem produz conteúdo com qualidade e com foco na experiência do usuário não precisa se preocupar e muito menos deixar de investir em SEO. As estratégias andam juntas, as técnicas de SEO whitehat também têm foco na experiência do usuário.
Ninguém sabe realmente como o algoritmo do Google funciona, mas o que dá pra saber é que ele prioriza a autoridade do site, sua relevância e, cada vez mais, a experiência do usuário. Por isso, quando se trata de rankeamento, o foco deve ser a experiência do usuário.
Sites que oferecem uma boa experiência ao usuário vão continuar sendo visto com bons olhos não só pelo Google, mas também pelos usuários.